O Ministério Público de Goiás (MPGO) cumpre, nesta terça-feira (288), mandados de busca e apreensão em cinco estados em investigação sobre fraudes em resultados de partidas de futebol. Ao todo, foram 10 mandados em oito municípios. As investigações miram possíveis manipulações em resultados de pelo menos sete jogos, dos quais três ocorreram pelo Campeonato Brasileiro (um da Série A e dois da série B). Os demais compuseram a grade dos campeonatos goiano (dois jogos) e paraibano (também dois jogos).
Os jogos apurados aconteceram entre os anos de 2022 e 2023. As partidas do Campeonato Brasileiro são referentes ao segundo turno. As dos estaduais ocorreram em janeiro e fevereiro.
Neste sentido, os mandados, expedidos pelo juízo da 2ª Vara Estadual dos Feitos Relativos a Delitos Praticados por Organização Criminosa e Lavagem ou Ocultação de Bens Direitos e Valores miram alvos em Goiânia (GO), Bataguassu (MS), Campina Grande (PB), Nilópolis (RJ), Santana do Parnaíba (SP), São Paulo (SP), Volta Redonda (RJ) e Votuporanga (SP).
Partidas investigadas pelo MP por possível fraude
- Avaí x Flamengo, pela Série A do Brasileirão de 2022;
- Náutico x Sampaio Corrêa, pela Série B do Brasileirão de 2022;
- Náutico x Criciúma, pela Série B do Brasileirão de 2022;
- Goiânia x Aparecidense, pelo Goianão de 2023;
- Goiás x Goiânia, pelo Goianão de 2023;
- Nacional x Auto Esporte, pelo campeonato paraibano de 2023; e
- Sousa x Auto Esporte, pelo campeonato paraibano de 2023.
Os mandados são executados pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Coordenadoria de Segurança Institucional e Inteligência (CSI), com apoio da Polícia Militar de Goiás, do Cyber Gaeco do Ministério Público de São Paulo e dos Gaecos dos Estados do Mato Grosso do Sul, Paraíba e Rio de Janeiro.
Operação
A ação de investigação de manipulação de resultados de futebol no Brasil é desdobramento das Operações Penalidade Máxima I e II, deflagradas em fevereiro e abril de 2023, respectivamente, e que resultaram, até o momento, no oferecimento de 3 denúncias recebidas pelo Poder Judiciário. Ao todo, 32 pessoas foram acusadas de integrar organização criminosa e de corrupção em âmbito desportivo.
A Operação Penalidade Máxima foi deflagrada em fevereiro e o primeiro alvo foi o ex-jogador do Vila Nova, Romário. Após as investigações outros 7 atletas viraram réus no esquema de manipulação de resultados: Joseph (Tombense), Mateusinho (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Cuiabá), Gabriel Domingos (Vila Nova), Allan Godói (Sampaio Corrêa), André Queixo (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Ituano), Ygor Catatau (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Sepahan, do Irã) e Paulo Sérgio (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Operário-PR).